sábado, 27 de abril de 2013

A MORTE DE HUGO CHAVEZ


Publicado originalmente no FACEBOOK Dia 06 de março de 2013.

A MORTE DE HUGO CHAVEZ

     Com a morte de Chavez, podemos perceber algo fundamental para nossas análises: a enorme capacidade de manipulação da grande imprensa. Infelizmente nós temos uma mídia que já possui opiniões fechadas sobre revoluções, rebeliões, rebeldias e revoltas. Sobre qualquer um que de alguma forma ameace o poder constituído ou a situação vigente. Aqui no Brasil as pessoas não conhecem a América Latina, estudam um pouco ou quase nada, as informações são única e exclusivamente recebidas pela grande mídia, e mesmo assim se tornam grandes conhecedores das especificidades da complexa situação da América Latina. Em poucas horas li tantas críticas e ataques ao presidente morto que chega ser espantoso. No entanto, mais espantoso é a maioria não sustenta seus ataques por meio minuto num debate mais sério e sem o uso do senso comum. Coisas que li:    Ele era um ignorante. Mas ele era mestre em ciência política! Outra: a população foi manipulada. Sempre que o povo apoia um governo é por que são ignorantes despolitizados, mas quando enfrentam é a primavera dos povos, aí são sábios. Ele enriqueceu as custas dos idiotas. Isso soa até piada de amu gosto. Ele redistribui a riqueza do petróleo, nacionalizou empresas, fez o maior plano de moradia da história da América Latina e ainda acabou com o analfabetismo (isso anunciado pela própria UNESCO).

     O que fazer, então? Primeiro, critique apenas o que deve ser criticado. Segundo, e mais importante: Ter mais cuidado ao dar opiniões feitas a partir de leituras de outros, indiretas e impregnada de interesse de classe. Antes: procure outras fontes, leia outros autores, olhe por outro viés, coloque em dúvida todas as informações fáceis e compartilhadas do mesmo jeito e para o mesmo fim. Aí sim, pode falar sobre o assunto sem medo de parecer um papagaio alienado. E só para deixar claro, senhores, não se trata de defender o governo Chavista - do qual tenho várias críticas (formato do governo, centralização, projeto de poder, controle...) - e sim, falar com propriedade, seja para o bem ou para o mal.

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