Publicado originalmente
no FACEBOOK Dia 06 de março de 2013.
A MORTE DE HUGO CHAVEZ
Com a morte de Chavez, podemos perceber algo fundamental para
nossas análises: a enorme capacidade de manipulação da grande imprensa.
Infelizmente nós temos uma mídia que já possui opiniões fechadas sobre
revoluções, rebeliões, rebeldias e revoltas. Sobre qualquer um que de alguma
forma ameace o poder constituído ou a situação vigente. Aqui no Brasil as pessoas não conhecem a
América Latina, estudam um pouco ou quase nada, as informações são única e
exclusivamente recebidas pela grande mídia, e mesmo assim se tornam grandes
conhecedores das especificidades da complexa situação da América Latina. Em
poucas horas li tantas críticas e ataques ao presidente morto que chega ser
espantoso. No entanto, mais espantoso é a maioria não sustenta seus ataques por
meio minuto num debate mais sério e sem o uso do senso comum. Coisas que li: Ele era um ignorante. Mas ele era mestre em ciência política! Outra: a
população foi manipulada. Sempre que o povo apoia um governo é por que são
ignorantes despolitizados, mas quando enfrentam é a primavera dos povos, aí são
sábios. Ele enriqueceu as custas dos idiotas. Isso soa até piada de amu gosto.
Ele redistribui a riqueza do petróleo, nacionalizou empresas, fez o maior plano
de moradia da história da América Latina e ainda acabou com o analfabetismo
(isso anunciado pela própria UNESCO).
O que fazer, então? Primeiro, critique
apenas o que deve ser criticado. Segundo, e mais importante: Ter mais cuidado
ao dar opiniões feitas a partir de leituras de outros, indiretas e impregnada
de interesse de classe. Antes: procure outras fontes, leia outros autores, olhe
por outro viés, coloque em dúvida todas as informações fáceis e compartilhadas
do mesmo jeito e para o mesmo fim. Aí sim, pode falar sobre o assunto sem medo
de parecer um papagaio alienado. E só para deixar claro, senhores, não se trata
de defender o governo Chavista - do qual tenho várias críticas (formato do
governo, centralização, projeto de poder, controle...) - e sim, falar com
propriedade, seja para o bem ou para o mal.
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