Publicado originalmente
no FACEBOOK Dia 06 de março de 2013.
SOBRE O 8 DE MARÇO: HISTÓRICA OU COMEMORATIVA?
O dia de hoje, como quase todas as datas
HISTÓRICAS, foi se transformando por vários motivos (que aqui não cabe
discorrer) em uma simples data COMEMORATIVA. Isso é lamentável pois
descaracteriza sua função real e esvazia o caráter original de luta pelos direitos da mulher que
infelizmente sempre sofreu com as arbitrariedades e visões preconceituosas da
sociedade. Seja por que "ela" menstrua e isso em algumas culturas e
períodos da história era visto como sinal de sua impureza. Seja por que sua
conduta como fora do padrão estipulado era visto como loucura, ou seja por que
era (e ainda é) necessário a reprodução da condição de inferioridade da mulher
para que fosse imputado a "ela" o exclusivo papel de reprodução da
espécie.
Quando ocorre a Revolução Industrial e burguesas A proletarização das
mulheres após a industrialização ocorrida no século XVIII originou um dilema: a
oposição entre a mulher do lar – desejada pela sociedade patriarcal-cristã – e
a mulher trabalhadora – mão de obra barata e necessária no processo de
produção. O que ocorreu foi uma reprodução dos preconceitos reforçando o mesmo
papel dado a mulher, apenas acrescentando mais obrigações.
A origem da data é
de luta pelos direitos e não comemoração pela sua fragilidade. Não são flores
que irão mostrar o respeito que temos pelas mulheres. É lutando contra a
impunidade dos estupradores que acham que as mulheres são objetos sexuais para
consumo, contra os namorados e ex-maridos que por não aceitar que uma mulher possa
rejeitá-lo prefiram matar do que se separar, contra homens que acreditam que
suas filhas são suas posses e podem usá-las sexualmente por que tem direito
como pai, contra os salários menores da mulheres em mesmas funções que os
homens, contra maridos que amassam as roupas passadas no fundo do guarda roupa
para a mulher ter que passar tudo novamente ou suja a casa inteira para ela ter
que limpar tudo de novo apenas para ficar cansada e não continuar a fazer a
faculdade a noite (e outros milhões de casos que eu poderia seguir narrando
para ilustrar que ainda há muito pelo que lutar)
Segue o link da Revista PUCViva nº 41 - onde
publicamos um artigo (eu e minha amiga Débora Goulart)sobre as mulheres na
Comuna de Paris, como homenagem a mulher trabalhadora e lutadora com jornada
duplas, triplas e que ainda tem que provar que é mais do que um produto para
vender cerveja.
(Foto tirada por mim, Lilian Marta Grisolio na ocasião da minha viagem para Benjamin Constant. Tabatinga e Letícia - Amazonas, na divisa de Brasil, Peru e Colômbia).
(Foto tirada por mim, Lilian Marta Grisolio na ocasião da minha viagem para Benjamin Constant. Tabatinga e Letícia - Amazonas, na divisa de Brasil, Peru e Colômbia).
Artigo da PUCViva: http://apropuc.bksites.net/revistas/index
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